domingo, 27 de outubro de 2013

BREVE HISTÓRICO DE ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO, ARTISTA PLÁSTICO SERGIPANO NATURAL DO MUNICÍPIO DE JAPARATUBA.


O grande artista louco Arthur Bispo do Rosário é fonte de inspiração para diversas classes artísticas como peças teatrais, filmes e até mesmo quadrilhas juninas. Nas pesquisas sobre este artista não se encontram uma data exata do seu nascimento, ele nasceu em Japaratuba, em nove de outubro de 1909 é uma data válida pelo fato de seu batistério está registrado meses depois do seu nascimento.

Figura 4: Bispo do Rosário
Fonte: http://fotografia.folha.uol.com.br


1909 – NASCE EM JAPARATUBA, SERGIPE. É BATIZADO EM 5 DE OUTUBRO DE 1909, AOS TRÊS MESES DE IDADE, NA IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE.

1925 A 1933 – TORNA-SE MARINHEIRO, CUMPRINDO, AO LONGO DOS ANOS, A FUNÇÃO DE SINALEIRO-CHEFE.

1933 A 1937 – TRABALHA COMO BORRACHEIRO NA VIAÇÃO EXCELSIOR, SUBSIDIÁRIA DA LIGHT.

1937 – CONHECE O ADVOGADO HUMBERTO LEONI, QUE O DEFENDE NUMA CAUSA TRABALHISTA E DEPOIS O EMPREGA EM SUA CASA, PARA SERVIÇOS DOMÉSTICOS.

1938 – É INTERNADO NO HOSPITAL NACIONAL DOS ALIENADOS, NO RIO.

1939 – É TRANSFERIDO PARA A COLÔNIA JULIANO MOREIRA, NO RIO, ONDE PERMANECE DURANTE 50 ANOS NÃO CONSECUTIVOS.

1982 – O FOTÓGRAFO E PSICANALISTA HUGO DENIZART REALIZA O DOCUMENTÁRIO O PRISIONEIRO DA PASSAGEM, COM BISPO. O CRÍTICO DE ARTE FREDERICO MORAIS INCLUI ALGUMAS DE SUAS OBRAS NA COLETIVA “À MARGEM DA VIDA”, NO MAM-RJ.

1989 – MORRE NO DIA 5 DE JULHO, VÍTIMA DE ENFARTE. EM 18 DE OUTUBRO, FREDERICO MORAIS INAUGURA SUA PRIMEIRA MOSTRA INDIVIDUAL, “REGISTROS DE MINHA PASSAGEM PELA TERRA”, LEVANDO 8 MIL PESSOAS À ESCOLA DE ARTES VISUAIS DO PARQUE LAGE. A PARTIR DAÍ, SUAS OBRAS SÃO EXPOSTAS EM VÁRIOS ESTADOS DO BRASIL E EM PAÍSES COMO SUÉCIA, FRANÇA E ESTADOS UNIDOS, ENTRE OUTROS. EM 1995, REPRESENTA OFICIALMENTE O BRASIL NA PRESTIGIOSA BIENAL DE VENEZA, NA ITÁLIA. (D’AMBROSIO, 2005. n..p.)

Foi nessas fases de isolamento que a arte mais brotou. Na falta de material, Bispo desfiava o próprio uniforme azul do manicômio. Desfazia a veste e aproveitava fio por fio. Assim começou a cerzir o Manto da apresentação, espécie de mortalha sagrada que bordaria durante toda a vida para vestir no dia do Juízo Final, na data da sua “passagem”. Bordados no manto estão os nomes das pessoas que ele julgava merecedoras de subir aos céus – mulheres, em sua esmagadora maioria. O pano de fundo é um cobertor avermelhado do hospício, onde inscreveu minúsculos registros, “representações” dos mais variados objetos: tabuleiro de xadrez, dado, mesa de sinuca, avião, números, palavras e muito mais. Ele utilizou a mesma técnica de bordados nos estandartes: lençóis e cobertores da Colônia bordados à mão com as linhas dos uniformes. Não à toa o azul se destaca nesses panos estampados com navios, bandeiras e palavras, sempre palavras. (HIDALGO.2009, n. p.)

                    Ele passou sete anos trancado em um quarto produzindo objetos de valor artístico e cultural.
Portanto, Arthur Bispo do Rosário, apesar da sua loucura, é um grande artista pela sua vasta produção de objeto de valor cultural e artístico. Os produtores dos meios  cênicos transmitem com fidelidade a vida desse louco artista.

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