O
grande artista louco Arthur Bispo do Rosário é fonte de inspiração para
diversas classes artísticas como peças teatrais, filmes e até mesmo quadrilhas
juninas. Nas pesquisas sobre este artista não se encontram uma data exata do
seu nascimento, ele nasceu em Japaratuba, em nove de outubro de 1909 é uma data válida pelo fato de seu batistério está registrado meses
depois do seu nascimento.
Figura 4: Bispo
do Rosário
Fonte: http://fotografia.folha.uol.com.br
1909 –
NASCE EM JAPARATUBA, SERGIPE. É BATIZADO EM 5 DE OUTUBRO DE 1909, AOS TRÊS
MESES DE IDADE, NA IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE.
1925 A
1933 – TORNA-SE MARINHEIRO, CUMPRINDO, AO LONGO
DOS ANOS, A FUNÇÃO DE SINALEIRO-CHEFE.
1933 A 1937 –
TRABALHA COMO BORRACHEIRO NA VIAÇÃO EXCELSIOR, SUBSIDIÁRIA DA LIGHT.
1937 –
CONHECE O ADVOGADO HUMBERTO LEONI, QUE O DEFENDE NUMA CAUSA TRABALHISTA E
DEPOIS O EMPREGA EM SUA CASA, PARA SERVIÇOS DOMÉSTICOS.
1938 – É
INTERNADO NO HOSPITAL NACIONAL DOS ALIENADOS, NO RIO.
1939 – É
TRANSFERIDO PARA A COLÔNIA JULIANO MOREIRA, NO RIO, ONDE PERMANECE DURANTE 50
ANOS NÃO CONSECUTIVOS.
1982 – O
FOTÓGRAFO E PSICANALISTA HUGO DENIZART REALIZA O DOCUMENTÁRIO O PRISIONEIRO DA
PASSAGEM, COM BISPO. O CRÍTICO DE ARTE FREDERICO MORAIS INCLUI ALGUMAS DE SUAS
OBRAS NA COLETIVA “À MARGEM DA VIDA”, NO MAM-RJ.
1989 –
MORRE NO DIA 5 DE JULHO, VÍTIMA DE ENFARTE. EM 18 DE OUTUBRO, FREDERICO MORAIS
INAUGURA SUA PRIMEIRA MOSTRA INDIVIDUAL, “REGISTROS DE MINHA PASSAGEM PELA
TERRA”, LEVANDO 8 MIL PESSOAS À ESCOLA DE ARTES VISUAIS DO PARQUE LAGE. A
PARTIR DAÍ, SUAS OBRAS SÃO EXPOSTAS EM VÁRIOS ESTADOS DO BRASIL E EM PAÍSES
COMO SUÉCIA, FRANÇA E ESTADOS UNIDOS, ENTRE OUTROS. EM 1995, REPRESENTA
OFICIALMENTE O BRASIL NA PRESTIGIOSA BIENAL DE VENEZA, NA ITÁLIA. (D’AMBROSIO,
2005. n..p.)
Foi nessas fases de isolamento que a arte mais brotou. Na falta de
material, Bispo desfiava o próprio uniforme azul do manicômio. Desfazia a veste
e aproveitava fio por fio. Assim começou a cerzir o Manto da apresentação,
espécie de mortalha sagrada que bordaria durante toda a vida para vestir no dia
do Juízo Final, na data da sua “passagem”. Bordados no manto estão os nomes das
pessoas que ele julgava merecedoras de subir aos céus – mulheres, em sua esmagadora
maioria. O pano de fundo é um cobertor avermelhado do hospício, onde inscreveu
minúsculos registros, “representações” dos mais variados objetos: tabuleiro de
xadrez, dado, mesa de sinuca, avião, números, palavras e muito mais. Ele
utilizou a mesma técnica de bordados nos estandartes: lençóis e cobertores da
Colônia bordados à mão com as linhas dos uniformes. Não à toa o azul se destaca
nesses panos estampados com navios, bandeiras e palavras, sempre palavras.
(HIDALGO.2009, n. p.)
Portanto, Arthur
Bispo do Rosário, apesar da sua loucura, é um grande artista pela sua vasta
produção de objeto de valor cultural e artístico. Os produtores dos meios cênicos transmitem com fidelidade a vida
desse louco artista.
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